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    Abrimos a exposição ATAFONA – MUSEU EM PROCESSO apresentando nosso acervo e nossas propostas enquanto um espaço para agenciamentos culturais em torno da história, da problemática e da vida nesta região. Reunimos aqui registros de diferentes perfis que produzem imagens sobre este lugar. Imagens pela contemporaneidade tecnológica, feitas por drones, feitas pelo olhar do cientista pesquisador, pelo olhar de veranistas, pelo olhar de moradores locais, pelo olhar de artistas que passam por este espaço... ATAFONA – MUSEU EM PROCESSO significa trazer a lembrança de que toda narrativa, cada escombro e cada história desta praia está no processo de tornar-se vestígio e testemunho e o depoimento de um tempo vivido para um tempo que virá. Fala também de uma exposição que se manterá em processo, aberta a novas propostas e contribuições. Contamos com a co-curadoria de André Pinto, museólogo e agente cultural local, que tanto nos ajudou com a datação do acervo do Seu Jair, com o encanto das histórias sanjoanenses e com o amor pela terra.

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    Recolhemos vestígios, preservamos histórias e lendas, buscamos supostos originais e supostas preservações, fazemos avaliações e atribuições de valores: “o que é e o que não é histórico?” Giramos em torno destas questões buscando não aceitar as respostas evidentes. Buscamos compreender as narrativas a partir dos acontecimentos que as antecedem, buscamos pensar em futuro através das rupturas em modos de vida e em epistemologias. O lugar do museu se constitui historicamente como uma coleção de ruínas de uma cultura, de um modo de vida, concentrando a força, o ápice, a arte e a ruína das civilizações. Mas aqui, é a partir de uma realidade de erosão de mundo, que vai se meta-construindo em sobrecamadas, permeando os discursos regionais em diferentes teatralidades, que a própria ideia de museu se apresenta erodida.