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 Grupo Erosão 

O Grupo Erosão de Performance é um grupo que investiga a estética da erosão em seus aspectos materiais, subjetivos e socioambientais.
Formado por artistas visuais, atrizes, atores, educadores e pesquisadores que vivem entre Rio de Janeiro, Campos dos Goytacazes e São João da Barra.
O coletivo é formado por: Fernando Codeço, Julia Naidin, Lucia Talabi, Jailza Mota, Rafael Sanchéz, Rachell Rosa, Mariana Moraes, Paul Macalli e Guilherme Mattos.
Atuando como o braço criativo da CasaDuna o grupo conta também com uma rede de colaboradores e tem feito intercâmbios com diversos artistas que passaram pela casa, entre eles: Bruno Germano, Victor Santana, Filipe Codeço, Reinaldo Dutra, Vinicius Nascimento, Saullo Andretti, Francisco Sartori e Carol Cony. 

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A Convivência é uma Ilha - 2024

Espetáculo Teatral realizado de 31 de maio a 2 de Junho de 2024 no Teatro de Bolso em Campos dos Goytacazes, RJ. O projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo, Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro

 

Sinopse

O sítio agroecológico de Manjedora, localizado na Ilha da Convivência, é alvo de dupla ameaça, de um lado a erosão marinha se aproxima cada vez mais de sua propriedade, de outro lado um empresário ligado à indústrias de mineração e petróleo está interessado em explorar as riquezas da foz do Rio Paraíba do Sul. Enquanto isso, uma denúncia feita à Comissão da Verdade revela o paradeiro de seu filho, preso e desaparecido na época da ditadura. Misturando teatro, vídeo e performance, o espetáculo apresenta uma narrativa fragmentada transitando entre a ficção e o documental. Abordando a emergência ambiental e a luta por moradia e memória de comunidades pesqueiras e camponesas na planície Goytacá, região Norte Fluminense.

Concepção Cênica

 

A encenação propõe um jogo entre as linguagens do teatro e do vídeo, criando diferentes tipos de relação entre a performance presencial no palco e as cenas projetadas em um grande telão e em uma TV. Além de imagens captadas ao vivo e projetadas nas telas. Dublagens, espelhamentos, comentários, diálogos e coros são algumas das formas de relação entre o vídeo e a cena. Utilizando a performance como ferramenta de escuta, produção de saber oral, espaço de encontro e de aprendizado coletivo de formas de resistência aos processos de extrativismo e degradação ambiental, o grupo criou propostas performativas em colaboração com as lideranças e moradores dos territórios atingidos pela erosão ou políticas de remoção. De modo a fazer transbordar a narrativa ficcional para o relato documental e vice e versa. 

A encenação cria uma obra a partir da colagem de fragmentos de histórias de vida de pessoas que tiveram seus territórios ameaçados, seja por processos neo extrativistas e/ou em decorrência de alterações ambientais. O grupo traz histórias vividas como as de Dona Belita, moradora da extinta ilha da Convivência em Atafona, no delta do rio Paraíba do Sul, até o final de sua vida centenária, mesmo depois de perder 7 casas para o mar; a de Dona Noêmia Magalhães, liderança entre os pequenos agricultores impactados pelo Porto do Açu; e Dona Penha, liderança da comunidade Vila Autódromo que resistiu ao violento processo de remoção promovido pela prefeitura do Rio de Janeiro. 

Não se buscou uma interpretação mimética, no sentido de representação de personagens. Ao contrário, a encenação visou aproximar os conflitos vividos pelas personagens aos vividos pelas performers. Em outras palavras, cada performer atuou apresentando as personagens, seus conflitos e a relação (ou não-relação) desses conflitos com sua própria vida. 

 

Ficha Técnica

Direção: Fernando Codeço

Assistência de Direção: Guilherme Mattos

Dramaturgia: Grupo Erosão

Elenco: Jailza Mota, Julia Naidin, Lucia Talabi, Mariana Moraes, Paul Macalli, Rachell Rosa

Ator convidado: Anderson Barreto

Participações no vídeo: Noêmia Magalhães, Perly Cipriano, Benilda Nunes, Seu Luiz e Seu Nenel, Dona Penha, Sandra Maria Teixeira e outros integrantes do Museu das Remoções da Vila Autódromo, Integrantes do Assentamento Cícero Guedes do MST.

Cenário e Figurino: Rafael Sánchez

Cenotécnicos: Rudá S. Sánchez, João Cruz, Dalvane Rodrigues Soares Veludo, Igor Pintinho, Diego Parente, André Touguinhão

Ateliê de Costura: Ana Nery e Dona Neuma

Direção de Movimento: Guilherme Mattos

Preparação corporal: Guilherme Mattos e Carol Cony

Direção Musical e Músicos: Jô Codeço e Rodrigo Codesso

Iluminação: Alessandro Boschini

Projeção: Rafael Galo

Supervisão de Pesquisa de Pós-Doc: Sérgio Andrade

Técnicos de luz: Tiago d’Ávila e Jhonathan Reis

Técnico de som: Rodrigo Codesso

Fotografia e Audiovisual: Fernando Codeço

Fotografia em cena e foto still: Mariana Moraes

Edição de vídeo: Vinicius Nascimento, edt.

Captação de áudio para audiovisual: Pedro Bassil

Assistência de captação de áudio para audiovisual: Rachell Rosa e Julia Naidin

Imagens Aéreas: Moviz Produtora Audiovisual

Direção de Produção: Jeff Fagundes

Produção Executiva: Fernanda Chazan

Assistente de Produção: Lydia Tucci

Programação visual: Felipe Braga

Social Media: Manu Calmon 

Assessoria de Imprensa: Angel Comunicação e Assessoria

Consultoria de Acessibilidade: Gislana Vale e Laysa Elias

Intérpretes de Libras: Juliana Pires e Tairine Rangel

Fotografias exibidas em cena: Acervo CasaDuna (“Prédio do Julinho” de Sônia Ferreira, 2008 e “Foto aérea do Pontal de Atafona” Dr. César Caldas, 1972); Acervo Museu das Remoções (“Vila Autódromo antes das remoções” de Luiz Claudio da Silva e “Vila Autódromo depois das remoções” de Augusto Cesar Oyama); série “Escombros” de Matheus Gomes, 2017-2020.

Sarau Performático - Rio Paraíba ao Mar 2023

Porque deixamos de sonhar com o rio? Em que lugar do nosso inconsciente ele habita?

O Sarau Performático é uma ode ao Rio Paraíba do Sul, um canto de protesto contra a degradação do rio, um gesto contra amnésia coletiva de sua fundamental importância para nossas vidas. Com direção de Fernando Codeço, o grupo de teatro Erosão convidou artistas para juntar essas vozes poéticas ao Rio: Adriano Moura, Arthur Gomes lê poema de Kapi, Claudio Medeiros, Cristina Cruz  lê poema de Lucia Miners e Eloisa Brantes com  Ateliê de Performance UERJ. 

A açnao fez parte da programação da exposição Rio Paraíba ao Mar no SESC Campos dos Goytacazes, RJ. 

Ficha Técnica


Direção: Fernando Codeço
Dramaturgia: Grupo Erosão
Elenco: Jailza Mota, Julia Naidin, Lucia Talabi, Rachell Rosa, Paul Macalli e Mariana Moraes.

Fotografia: Tomás Araújo

Tempontal - Ópera Mabembe - 2018, 2019

TEMPONTAL é um trabalho processual e de pesquisa de linguagem livremente inspirado no romance "O Mangue" de Osório Peixoto e na história e no imaginário popular de Atafona, com suas procissões religiosas e cortejos de carnaval. Há ainda uma referência ao desaparecimento do antigo Pontal, trata-se de um jogo cênico e alegórico que se utiliza de elementos do teatro de bonecos, do teatro de formas e do teatro físico. 

Em sua estreia em novembro de 2018 o espetáculo contou com a a participação do coreógrafo Bruno Germano e seus alunos da escola de dança Associarthis, da Banda Municipal de São João da Barra, sob o comando do Maestro Fred William e dos assistidos do CAPS – Atafona, que confeccionaram as máscaras do espetáculo em oficina de arte oferecidas pela CasaDuna.

 

Link para o registro do espetáculo (2019): https://www.youtube.com/watch?v=nNdw-Lhf4WE

Link para o registro do espetáculo (2018): https://www.youtube.com/watch?v=YqgZsPu3LS4

Ficha Técnica


Direção: Fernando Codeço
Dramaturgia: Grupo Erosão
Elenco: Jailza Mota, Julia Naidin, Lucia Talabi e Victor Santana, Rachell Rosa, Raynan Aguilar, Rudá Sanchez, Anjo Amauri e João Cruz.
Cenário e figurino: Rafael Sanchéz

Direção musical (2019): Diogo Rebel
Cenotécnica: Paulo DH
Assitente: João Cruz

Adereços (máscaras de papel marché): Usuários do CAPS de Atafona.

Maquiagem e fotos (2018): Saullo Andreti
Identidade Visual e Adereços: Rudá Sanchéz
Designer Gráfico: Matheus Crespo
Participação no Cortejo (2018): Dançarinas da Associarthis com coreografia de Bruno Germano
e Banda Municipal de São João da Barra com maestro Fred Williams

Registro fotográfico (2019): Mariana Moraes 
Registro e produção audiovisual(2019 e 2018): Kock Filmes - 
Stella Tó Freitas

Delírio do Caranguejo - Videoarte 2018

O videoarte “Delírio do Caranguejo” é uma experimentação inspirada em imagens do livro “O Mangue” de Osório Peixoto e em elementos marcantes da vida e da cultura de Atafona. Buscamos estabelecer uma dinâmica entre a devoção fervorosa expressa na grande festa de Nossa Senhora da Penha e espaços de liberdade do corpo e da sexualidade tais como o bar do Nico onde ocorrem as cenas que nomeamos de “Ritual do caranguejo”. Esta dinâmica entre estes dois contextos de fé e de liberdade comportamental e sexual geram no filme um livre trânsito entre o sagrado e profano, que para nós está ligado as teatralidades do corpo social de Atafona. Esta teatralidade faz desmoronar, revira ao avesso, põe em erosão certas barreiras que supomos existir entre a liberdade do corpo e os dogmas da fé cristã.
 

Direção-proposição: Fernando Codeço. Performers: Julia Naidin, Jailza Mota, Victor Santana, Saullo Andretti, Lucia Talabi e Bruno Germano. Câmera: Fernando Codeço. Still: Saullo Andretti. Edição: Vinicius Nascimento. Trilha Original: Francisco Sartori.

O Muro - Happening 2017

No happening “O Muro” a questão central que mobilizou a ação foi a discussão sobre a construção ou não de um quebra-mar para tentar conter o processo erosivo em Atafona. Há um projeto para a construção desta barragem cujo custo estimado é de 140 a 180 milhões de reais, a prefeitura de São João da Barra vem buscando recursos e licenças ambientais para realização da obra. No entanto, diversos geólogos, cartógrafos e cientistas se opõe a tal projeto, com argumento de que a erosão em Atafona é um fenômeno natural de grande complexidade com agravantes antrópicos e que faltam estudos para a realização desta barragem.

A inspiração para este happening “O Muro” veio do relato obtido por um dos atores do grupo durante pesquisa de campo que realizamos em Atafona. O ator Victor Santana nos relatou que numa conversa com um senhor conhecido como “Escolinha”, no bar do “Gaúcho,  em que se debatiam sobre o tema da possível construção dos espigões de pedra para barrar o avanço do mar em Atafona, este senhor “Escolinha” teria defendido a construção da barragem de pedra com o seguinte argumento: “Tem que construir este muro sim, no mundo todo o povo constrói muros, não foi construído até o muro de Berlim? Porque não podem construir este muro aqui em Atafona?”.  

O absurdo lógico desta argumentação inusitada do senhor “Escolinha”, refletia o absurdo real da construção destes muros, seja daquele que serviu para dividir uma nação inteira por disputas políticas, seja deste que se deseja construir para barrar o movimento geológico de avanço do mar. Foi nesta atmosfera de absurdos lógicos e reais que construímos as proposições do happening “O Muro”. O happening consistiu na construção e destruição de um muro feito com os escombros da praia de Atafona. Utilizamos o momento da construção para realizar um trabalho de arte-educação com crianças da região, propusemos que as crianças nos ajudassem a construir o muro e fizemos uma dinâmica onde se debateu os múltiplos significados e funções dos muros.


Direção-proposição: Fernando Codeço.
Performers: Julia Naidin, Jailza Mota, Victor Santana e Saullo Andretti.
Imagens: Fernando Codeço e Angela Codeço

Atafona, São João da Barra - Rio de Janeiro, Brasil
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